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 A história do Vale do Jequitinhonha

 

 

O Vale do Jequitinhonha é uma região do estado brasileiro de Minas Gerais, na Região Sudeste do país. É uma região amplamente conhecida devido aos seus baixos indicadores sociais. Por outro lado, possui exuberante beleza natural e de riqueza cultural, com traços sobreviventes das culturas portuguesa, negra e indígena.

 

É chamada de vale, pois, o rio Jequitinhonha atravessa toda a sua extensão, desde sua nascente no município de Serro até sua foz no município de Belmonte, na Bahia.


Antes da colonização europeia, o Vale do Jequitinhonha foi habitado pelos índios botocudos, aranãs, tocoiós, entre outros povos do tronco macro-jê.

 

O primeiro explorador a desbravar o Vale do Jequitinhonha foi Francisco Bruza Espinosa em 1553, acompanhado do padre jesuíta João de Azpilcueta Navarro. A expedição chegou a Serra do Espinhaço. Outra expedição, a de Sebastião Fernandes Tourinho em 1573, partiu em busca de minerais, passando pelo rio Araçuaí. No ano seguinte, a expedição de Antônio Dias colheu pedras e minérios que revelavam a presença de metais preciosos na região.

 

O Vale do Jequitinhonha começou a ser ocupado pelos europeus no início do século XVIII, com a descoberta de ouro em Serro, atraindo multidões de garimpeiros. Em 1729, foram descobertos diamantes em Diamantina. Depois, foi descoberto ouro em Minas Novas. Também foram descobertos diamantes em Grão Mogol. Os mineradores vasculharam os leitos dos rios e seus afluentes, obtendo riqueza fácil.

 

No início do século XIX, a Coroa Portuguesa resolveu fazer novas investidas, buscando o controle e alargamento de fronteiras. Foi numa dessas expedições enviadas pela Coroa que o alferes Julião Fernandes Leão, comandando a 7ª Divisão Militar, promoveu a ocupação do vale e iniciou o combate às tribos indígenas em busca de terras propícias às pastagens. Nessa época, era intenso o comércio entre a Vila de Belmonte e Minas Novas, através do Rio Grande de Belmonte, atual Jequitinhonha. Para proteção contra ataques de contrabandistas e índios, o alferes instalou postos de vigia ao longo do Rio Jequitinhonha. Ao lado desses postos foram surgindo povoações, como Jequitinhonha, Salto da Divisa e Almenara.

 

A fama da região com seu minério e riqueza atraiu viajantes que a descreveriam para o mundoː Johann Baptist Emanuel Pohl, Auguste de Saint-Hilaire, Johann Baptist von Spix e Carl Friedrich Philip von Martius.

 

A riqueza e fama da região começou a acabar na segunda metade do século XIX, quando foram descobertos diamantes na África do Sul. O diamante africano entrou no mercado europeu mais barato, o que fez com que o preço dos diamantes despencasse, causando falências de mineradores e negociantes. A crise no preço do diamante fez com que faiscadores substituíssem a mineração do diamante pela extração do ouro. A situação se agravou com a seca de 1879, que durou três anos, matando animais e arrasando plantações.

 

As denúncias de abandono e a falta de perspectivas ocupava lugar de destaque nas páginas do jornal O Jequitinhonha, criado pelo "Clube dos Liberais", liderado por Teófilo Otoni e Joaquim Felício para tornarem conhecidas as ideias do clube, na tentativa de desmoralizar o governo de D. Pedro II. Nessa época, estava acontecendo a Guerra do Paraguai e o periódico usou a guerra como plataforma para dizer que a monarquia havia "virado as costas" para o Vale do Jequitinhonha.

 

Minas Novas também estava marcada pela decadência da extração aurífera.

 

A imagem do Vale do Jequitinhonha como um lugar miserável e sinônimo de atraso começou a ser formada na segunda metade do século XX, quando a elite local pressionou o governo a socorrer a região, devido a seca e a falta de recursos. Em 1964, foi criada a Comissão de Desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha (CODEVALE), através de uma emenda na constituição estadual proposta pelo deputado Murilo Badaró (filho) e pelo arcebispo da Arquidiocese de Diamantina, Dom Geraldo de Proença Sigaud. O objetivo da CODEVALE era inserir o Vale do Jequitinhonha num projeto nacional de modernização.

 

A opção para o desenvolvimento regional foi o reflorestamento com eucalipto, sendo implantado na região na década de 1970, por dezessete companhias. A CODEVALE nunca atingiu seu objetivo de tornar o vale uma região desenvolvida, apenas aumentou a pobreza e criou a imagem do Vale do Jequitinhonha como o "Vale da Miséria". A monocultura do eucalipto na região causa controvérsias.

 

Em 2006, é construída a Usina Hidrelétrica de Irapé, que possui uma das barragens mais altas do mundo, entre os municípios de Grão Mogol e Berilo.

 

Atualmente, as cidades da região estão se desenvolvendo. Também, há esperanças de desenvolvimento da região, como a extração de lítio.

 

 

Subdivisões - Virtualmente, a região é subdividida em três regiõesː

 

 

Alto Jequitinhonha:

 

Região mais próxima da Metropolitana de Belo Horizonte, apresentando os melhores indicadores humanos e econômicos do vale;


Médio Jequitinhonha:

 

Região situada na parte média do vale;


Baixo Jequitinhonha:

 

Região que compreende a área mais próxima à Bahia.

 

 

Via Wikipedia

 Mapa da região 

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